terça-feira, maio 19, 2015

Puddle of Mudd faz show para esquecer em São Paulo


Esta noite vai ficar marcada em minha vida como o pior show de uma banda americana em todos os tempos. Só não fiquei mais triste por um simples motivo: a banda de abertura. O Punkake, banda oriunda de Curitiba, do Paraná, fez um show de abertura de ficar orgulhoso de nossa cena alternativa. A banda, formada exclusivamente por garotas, usaram e abusaram de refrãos marcantes e distorções características dos anos 90 – pode-se usar grandioso L7 dos anos 90 como referência aqui misturado com Gossip (banda indie americana que tem como Beth Ditto como frontwoman).  Com Bacabi (vocal), Lívia (guitarra), Lucy Peart (bateria) e Ingrid (baixo) o Punkake me deixou perplexo com o entrosamento das integrantes. Brincando com o público, a guitarrista Lívia vivia dizendo que Bacabi estava livre, leve e disponível – como conseqüência, cantadas eram gritadas e constantemente retrucadas pelas garotas com respostas ácidas como “Eu sou gay, não gosto de homens!”. Era bem engraçado. A banda se apresentou por exatos 45 minutos e sinceramente, ela poderia ter tocado por mais 40 minutos, já que o Puddle of Mudd entrou no palco com 40 minutos de atraso. A banda entrou no palco tocando a música ‘Control’. O que eu não entendi foi o medley para ‘War Pigs’ do Black Sabbath usado para estender a música em mais dez minutos. A voz de Wes Scantlin estava irreconhecível, que usava e abusava dos backing vocals dos novos integrantes de banda. O que mais me impressionou foi que Wes estava claramente alterado. Esquecia as letras de suas músicas mais famosas e enrolava fazendo pseudo- solos sem criatividade alguma. Percebia-se que com o tempo os próprios fãs tinham se cansado da apresentação horrível que a banda fazia. Ao invés de empolgar e remeter os fãs aos tempos áureos do grunge, o Puddle of Mudd deu um choque de realidade aos fãs. Mostrou que o grunge ficou para trás, morreu nos anos 90 junto com o Kurt Cobain. Mas quem achava que a estupidez do vocal tinha parado por aí, se enganava. Wes extrapolou pedindo cigarro para todo Mundo (inclusive fãs), sendo que fumar é proibido em ambientes fechados em São Paulo – sem contar que o guitarrista também bebia sem parar. Parecia que a banda estava num boteco de segunda . ao entonar o grande clássico da banda, ‘She Fucking Hates Me’, a banda não somente errou a música na cara dura, mas também ficou enrolando por mais 15 minutos para continuar o som. Eu neste momento desisti da apresentação – como muitos outros que foram pedir o dinheiro de volta na bilheteria da casa de shows. A banda, quando começou a levar copos, tênis e pontas de cigarro na cara desistiu e deixou o palco sem se despedir. Todas as milhões de juras de amor ao público brasileiro foram esquecidas em instantes. Foi um dos maiores fiascos de uma apresentação na história do HSBC Hall. Como disse anteriormente, o que era para ser um belo de um revival, demonstrou para todos naquela noite que o grunge morreu e levou o Puddle of Mudd com ele. [MF]